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Colóquio da FBAM e da APMED em João Pessoa reúne médicos e acadêmicos e debate, principalmente, o ensino médico
9 de outubro de 2019![](https://cipe.org.br/novo/wp-content/uploads/2019/10/WhatsApp-Image-2019-10-11-at-16.11.19.jpeg)
Anuidade 2018: prazo para pagamento ampliado
11 de outubro de 2019Muitas crianças são beneficiadas com a doação de órgãos no país, principalmente para transplantes hepáticos. As indicações para este tipo de procedimento são diversas como mostra a Dra. Ana Cristina Aoun Tannuri, diretora de patrimônio da CIPE, professora associada da Disciplina de Técnica Cirurgica e Cirurgia Experimental da Faculdade de Medicina da USP e médica assistente do Serviço de Cirurgia Pediátrica da Faculdade de Medicina da USP:
“A principal indicação de transplante hepático em crianças é uma doença chamada atresia de vias biliares, em que já nas primeiras semanas de vida as vias bliares do neonato se fecham, o que leva a acúmulo de bile no fígado, e isso leva à cirrose. Existem outras indicações, como hepatite fulminante, doenças auto-imunes e tumores hepáticos”, afirma.
Dra. Ana Tannuri ainda fala sobre como a peculiaridade de cada caso pode interferir no agendamento da cirurgia:
“Dependendo da situação o transplante pode ser programado com uma certa calma ou não. Nas cirroses, como geralmente a progressão da doença leva semanas a meses, é possivel o preparo para o transplante com uma certa calma. Nos casos de tumores, não se deve esperar muito tempo, meses, pelo risco do tumor se alastrar. Nas hepatites fulminantes o transplante é feito em carater de urgência, devendo ser realizado em questão de horas ou dias”, conta.
Atualmente, cem crianças aguardam por um transplante hepático no país, sendo que o processamento desta fila é definido pela gravidade da doença e pela compatibilidade sanguínea. Adultos e crianças ficam na mesma fila para recebimento de um órgão, mas as crianças são favorecidas pois recebem uma pontuação especial.
A maioria dos transplantes hepáticos pediátricos ocorre a partir dos seis meses de vida e o doador pode ser até um dos pais:
“O figado pode vir de uma criança ou de um adulto. Neste último caso, apenas o lobo esquerdo do figado do adulto é implantado na criança. Além disso, uma outra opção é o transplante intervivos, em que um doador vivo (geralmente um dos pais) doa a porção esquerda de seu fígado para a criança. Na verdade o transplante intervivos é a grande saída em nosso país para a falta de bons doadores cadavéricos para crianças. Sem ele com certeza o número de óbitos em lista seria bem maior”, conclui a Dra. Ana Tannuri.