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6 de março de 2023No início ano, divulgamos aqui em nosso site o artigo Quanto custa uma consulta médica especializada para as famílias de pacientes pediátricos no Sistema Único de Saúde?, publicado na revista mensal Cadernos de Saúde Pública (CSP), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e de autoria das Dras. Lisieux Eyer de Jesus, Amanda Guerra Rosina, Anna Cristina Guedes Rabeca, Letícia Medeiros Baptista Martins Pereira e do Dr. Samuel Dekermacher.
No último final de semana o estudo foi divulgado no programa É de Casa, da TV Globo.
O artigo aborda pesquisa realizada com responsáveis por crianças que aguardavam consultas para avaliação de Cirurgia Pediátrica no Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), no Rio de Janeiro, entre fevereiro e maio de 2022, e que indica que questões básicas, como transporte e alimentação, contribuem para a não continuidade de tratamentos.
Para a maioria dos entrevistados, houve aumento de gastos devido a deslocamento, comida, cuidadoras para os outros filhos, além de perder parte da renda ou até desligamento total do mercado de trabalho, como explica a Dra. Lisieux Eyer de Jesus, diretora de publicações da CIPE e uma das autoras do estudo:
“Verificamos que existe um custo muito alto, proporcionalmente ao poder aquisitivo da nossa população, simplesmente para ir ao hospital, representado de forma direta pelo custo do transporte e pelo custo de estar no hospital e pagar alimentação. O tempo de transporte dos pacientes é muito grande, em média 2 horas para ir e mais 2 horas para voltar. Isso também pesa porque não é possível, por exemplo, para a maioria das famílias, recuperar um turno de trabalho. O tempo que as pessoas levam entre a casa delas, chegar ao hospital, esperar o atendimento e voltar para a casa delas não permite” aponta a associada titular da CIPE.
Essas necessidades sociais acabam causando que os pacientes tenham faltas em consultas e tratamentos agendados, seja pelo fato dos pais não terem dinheiro no dia para fazer o deslocamento ou não terem como deixar seus outros filhos com algum cuidador, por exemplo.
“É um custo indireto muito sério para as famílias perder o dia de trabalho, principalmente se avaliarmos que a população brasileira atualmente tem um nível muito alto de pessoas que trabalham por conta própria, trabalhadores que não são assalariados. Até assalariados têm dificuldade muito grande de conseguir dispensa de trabalho para levar os filhos para atendimento, porque a lei não faculta esse direito de forma direta. Outra coisa que é muito relevante é que as mães de crianças com doenças crônicas e de alta complexidade, pela falta de estrutura de apoio, têm que abrir mão de qualquer atividade remunerada para poder cuidar dos filhos e isso quer dizer que elas ficam mais pobres”, conclui Dra. Lisieux.