Publicada Instrução Normativa sobre Política de Privacidade dos Dados das Pessoas Físicas em Conselhos de Medicina
22 de março de 2021Nota de falecimento: Dra. Lidia Marques Silveira
24 de março de 2021São Paulo, 23 de março de 2021.
Na manhã desta terça-feira, dia 23 de março, a Associação Médica Brasileira pediu que os representantes de suas federadas e das sociedades de especialidade filiadas avaliassem e dessem seus comentários sobre nota oficial que seria emitida pela AMB dando orientações aos pacientes no tratamento da Covid-19.
O documento, entre outros assuntos, bania o uso de medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas; e recomendava a utilização de corticoides (dexametasona, predinisona e outros) somente para pacientes hospitalizados e que precisam de oxigênio suplementar, não devendo ser prescritos na Covid leve.
Dra. Maria do Socorro Mendonça de Campos, representando a Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE), deu a seguinte opinião, que foi corroborada por outros presidentes de sociedades e federadas:
“Discordamos dos seguintes itens, por gerarem polêmica, não ser uma unanimidade entre nossos associados e ir de encontro a autonomia do médico: item 7: vai politizar a discussão sem necessidade; item 8: também é polêmico. Muitos profissionais qualificados prescrevem corticoide e anticoagulante em pacientes ambulatoriais, que entram na fase 2, com quadro moderado, que se bem monitorados, não necessitam de internamento, pois apesar de apresentarem comprometimento pulmonar sustentam uma saturação satisfatória e/ou apresentam marcadores em limiteis aceitáveis. Se forem revisados estes dois itens, os demais consideramos adequados”, disse ela, complementando:
“Acho interessante e de grande importância que também se destaque a necessidade de um serviço de transporte público mais eficiente, para aqueles que são obrigados a se manter no trabalho, não corram risco de se contaminarem nas aglomerações no transporte público. Sendo feitas essas modificações, assinaremos conjuntamente com todas as demais sociedades e federadas. Caso contrário, pediremos desculpas e não subscreveremos a nota”, concluiu.
Quando o assunto ainda estava em debate, a nota original foi divulgada, sem as alterações sugeridas, junto à imprensa com a assinatura da CIPE e de outras sociedades de especialidade e federadas da AMB que não concordaram com o teor da nota.
Logo em seguida, a AMB publicou em seu site a nota oficial, com o mesmo conteúdo, apenas sem as assinaturas das entidades que não aprovaram o documento.
Infelizmente, a maioria das sociedades de especialidades e das federadas não concordaram com a totalidade da nota da Associação Médica Brasileira (mais especificamente os itens sete e oito). Das federadas, a única que aprovou foi a Associação Paulista de Medicina. O documento foi publicado no site da AMB com 16 assinaturas, das quais duas eram da própria AMB, uma da APM e apenas 13 das sociedades de especialidade.
Tendo isso sido colocado e levando em consideração o Parecer CFM nº 4/2020, que dá autonomia ao médico para usar o tratamento que achar melhor para o paciente com Covid-19, a CIPE reitera sua discordância em relação ao teor da nota oficial da AMB.
DIRETORIA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIRURGIA PEDIÁTRICA