Nota técnica: Diretrizes para cirurgias eletivas durante a pandemia Covid-19 – Cirurgia Pediátrica
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14 de junho de 2021O Hospital das Clínicas de Botucatu (HCFMB/Unesp), em São Paulo, tem utilizado a realidade virtual em exames e procedimentos pediátricos, buscando atenuar a apreensão e o medo dos pacientes.
Os médicos do hospital percebiam que as crianças ficavam muito agitadas antes de realizar procedimentos invasivos, o que acarretava uma demora maior na realização dos mesmos. Tendo em vista melhorar a situação, os pacientes passaram a usar óculos de realidade virtual, onde se passa um filme mostrando de forma lúdica tudo que ela está passando.
No caso da imagem acima, o dragão do filme fala com a criança que ela irá receber um prêmio se esticar a mão e é quando o oxímetro é colocado no dedo do paciente.
“O uso da realidade virtual já está difundido na área da Saúde, mas não com essa interação, de sensação tátil durante a anestesia. Esta foi nossa ideia. O objetivo é que a cada vez que o paciente tenha uma sensação haja esta interação relacionada a estória que ele estava assistindo. “, afirma a Dra. Erika Ortolan, professora livre docente em Cirurgia Pediátrica pela Faculdade de Medicina de Botucatu.
Mas para chegar a esse resultado foram seis meses:
“Nós contratamos uma empresa de realidade virtual e, primeiro, eles tinham de entender o que eu queria que fosse realizado. Não adianta apenas colocar o óculos 3D na criança e passar um filme. No momento que o paciente receber a anestesia e sentir a dor da picada vai perder a confiança na equipe. Então, tínhamos de adaptar a estória ao tempo certo de cada movimento para a anestesia, inserindo ações para que a criança pudesse interagir no momento que tivéssemos de realizar algum procedimento”, declara.
O filme é um desenho animado de dez minutos, onde a criança é um treinador de dragões. O dragão filhote fala para o paciente que precisa ser treinado e começa a instruir o que deve ser feito no treinamento e em cada ação a criança sente algo, que é um procedimento que o anestesista precisa fazer. Na última etapa o dragão fala: “Agora é a hora da “pedra do fogo”, vai arder mas você é corajoso”, que é quando a veia é puncionada. Depois, quando termina o procedimento cirúrgico e a criança acorda, ela recebe um certificado de treinador de dragões.
“Já foram dez procedimentos, em duas semanas, em crianças de 3 a 14 anos, utilizando a realidade virtual. Hoje nós contamos com dois equipamentos e perguntamos as crianças que participarão de alguma cirurgia se elas querem ver o desenho animado. A maioria quer assistir ao filme”, comenta.