CIPE parabeniza pelo Dia Internacional da Mulher
Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica parabeniza as 422 mulheres que integram o quadro de associadas e que vem colaborando, ao longo dos anos, com toda competência e dedicação para o crescimento da especialidade.
É cada vez maior a participação feminina em nossa especialidade médica. Essa representatividade é demonstrada nos cargos de diretoria, onde dos 12 disponíveis, sete são ocupados por mulheres. Mas nem sempre foi assim. A 1ª mulher a integrar a diretoria da CIPE foi a Dra. Elinês Oliva Maciel, do Rio Grande do Sul, no biênio 1988-1990.
“Quando ingressei existiam poucas mulheres na cirurgia, em geral. No Rio Grande do Sul, por exemplo, eu e a Dra. Sandra Calefi, fomos as primeiras a exercer a Cirurgia Pediátrica”, recorda Dra. Elinês Maciel.
Formada em 1975 pela PUC-RS, Dra. Elinês ingressou como associada da CIPE em 1981, após dois anos de Cirurgia Geral (1976 e 1977) e dois anos de Cirurgia Pediátrica (1978 e 1979).
Começou a trabalhar como Professora Titular da Cirurgia Pediátrica da PUC-RS, em 1980, chegando a ocupar o cargo de chefe de Serviço do Hospital Universitário da PUC-RS.
Após 41 anos como professora, se aposentou em 2020, durante a pandemia de Covid-19.
Atualmente, trabalha no Hospital Criança Conceição (HCC) e no Hospital Moinhos de Vento, ambos em Porto Alegre.
Ao longo de sua trajetória, Dra. Elinês destaca o crescimento da quantidade de cirurgiãs pediátricas:
“Hoje, a nossa profissão está muito ligada à mulher. Devido à maternidade, temos muito jeito para lidar com crianças. No início da minha carreira os meus alunos e residentes eram a maioria do sexo masculino e isso mudou. Também observo que não existe diferença salarial na Medicina. Ou prestamos um concurso público, no qual o salário é o mesmo, ou trabalhamos em consultório particular, em que o próprio profissional define o seu custo. Então, eu não sinto essa diferença, que muitos observam em outras áreas da sociedade em geral. O que vemos é que muitas mulheres estão dispostas a realizar plantões, uma renda fixa, o que é muito atrativo para as doutoras e mães de família. Também existe a opção de lecionar, como eu fiz, e acho incrível poder estar próxima dos alunos e residentes em constante troca de conhecimentos.”
Dra Elinês reconhece, em especial, a excelência de seus professores e mestres:
“Eu acho que fui muito auxiliada por meus professores e também tentei ajudar bastante os meus residentes. Espero que eles, e elas, sigam esse ciclo.”
Dra. Elinês também esteve na diretoria da CIPE nas gestões de 1994-96, 1996-98, 2006-08 e 2008-10, tendo sido a 2ª vice-presidente nestes dois últimos biênios.
Outras cirurgiãs pediátricas também seguiram o mesmo caminho, ocupando cargos na diretoria da CIPE, a partir de 1997, sendo que, em 2018, a Dra. Maria do Socorro Mendonça de Campos foi eleita a 1ª mulher na presidência.
“Ter uma mulher na presidência da CIPE é o reflexo da representatividade feminina na especialidade. A cada ano temos mais mulheres entrando nas residências de Cirurgia Pediátrica e também se associando à CIPE. Há muitos anos que é rotineiro termos mulheres nos cargos de diretoria da associação, assim como deverá ser no futuro termos uma mulher na presidência”, conclui.