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21 de outubro de 2019No Dia do Médico, a CIPE falou um pouco com o Dr. Uenis Tannuri, Prof. Titular dos serviços de Cirurgia Pediátrica e de Transplante Hepático da Faculdade de Medicina da USP, tendo em vista mostrar a evolução da especialidade ao longo dos anos e o que faz de os serviços de Cirurgia Pediátrica brasileiros serem valorizados por médicos de outros países.
“Sempre existiram no Brasil serviços de Cirurgia Pediátrica com muito movimento. Na Europa, nos últimos anos, o número de crianças vêm diminuindo muito e, consequentemente, o volume de atendimentos dos serviços de Cirurgia Pediátrica europeus é pequeno em comparação ao que realizamos aqui. Com isso, nós, aqui no país, acabamos adquirindo experiência e conhecimento com os diversos casos que atendemos”, disse o Dr. Tannuri.
Outro aspecto abordado pelo cirurgião pediátrico foi em relação às malformações:
“Lá na Europa, as gestantes que têm fetos com problemas podem interromper a gestação. Aqui no Brasil, isso não é permitido. Então, acaba que nós temos um número muito maior de doenças cirúrgicas do que na Europa. Aqui no Hospital das Clínicas (HC-FMUSP), por exemplo, nós recebemos residentes de Portugal, da Alemanha, da Espanha e de outros países que ficam admirados com o movimento que temos aqui. Uns disseram que em um mês de estágio viram mais casos do que em quatro anos de residência na Europa”, afirma o médico.
A formação do cirurgião pediátrico brasileiro evoluiu muito ao longo dos anos. Em 1970 eram necessários dois anos de residência médica em Cirurgia Geral e depois mais um ano de residência médica em Cirurgia Pediátrica. Na década de 90, passa-se para dois anos de residência médica em Cirurgia Pediátrica chegando aos três anos atuais.
“Eu comecei na década de 70 fazendo apenas um ano de residência médica em Cirurgia Pediátrica. Mas muita coisa mudou. Isso se deve a evolução da especialidade e a necessidade de aprendizado cada vez maior”, diz o médico.
Um marco muito importante na evolução da Cirurgia Pediátrica no país ocorreu nos anos 70, conforme relata o Dr. Tannuri:
“Com o tratamento pós-operatório das crianças nas terapias intensivas sendo feito adequadamente, com nutrição parenteral e assistência respiratória, começamos a ter uma redução no número de mortalidades e uma recuperação mais rápida dos pacientes”, afirma.
Dr. Tannuri conclui valorizando a Cirurgia Pediátrica realizada no país:
“Tudo que nós produzimos aqui é visto nos congressos da especialidade. Não precisa ir para o exterior, pois aqui você terá uma possibilidade enorme de ver várias doenças que lá você não vê. Talvez lá haja mais possibilidade de pesquisas sofisticadas, pesquisas de biologia molecular, mas até essas já estamos começando a fazer aqui”, conclui.